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Chidorigafuchi, próximo ao Palácio Imperial, um dos pontos mais pitorescos para observar as cerejeiras

sakura
ENSAIO EM COR-DE-ROSA

A cada primavera, as cerejeiras em flor atraem locais e

visitantes com o mesmo entusiasmo aos parques do Japão.
Conheça os melhores pontos para contemplá-las na capital

texto: Roberto Maxwell
fotos: Carlos Kato

Sublime e exuberante ao mesmo tempo, a floração das cerejeiras
renova o fascínio do público ano após ano. Em Tóquio – e em boa parte do Japão – o pico costuma ocorrer no início de abril, colorindo a paisagem e servindo, diga-se, de um belo pretexto para colocar a cara na rua depois do inverno.

 

O hábito de observar as cerejeiras em flor, ou sakura, surgiu na antiga capital, Kyoto, e teve início com a nobreza e a aristocracia. Registros do século 8 falam das flores como uma oferta dos deuses, enquanto relatos do século 9 descrevem uma festa do imperador Saga sob a sombra dessas árvores.

 

No entanto, foi em Tóquio que o programa se difundiu entre as camadas populares. Desde o início do xogunato, no início do século 17, o plantio das cerejeiras fez parte do projeto de embelezamento de Edo – como a capital japonesa era conhecida. Assim, o hanami (literalmente “observação das flores”) começaria a ganhar o apelo que tem hoje.

Confortados pela temperatura amena, os toquiotas estendem suas lonas nos parques, sozinhos ou em grupo, e muitas vezes confraternizam com um piquenique. Aliás, há quem diga que o encontro regado a quitutes e bebidas seria o verdadeiro propósito do hanami – ou, hana yori dango, que significa “a comida acima
das flores”. Em 2020, o programa foi desaconselhado pelo governo devido à pandemia, o que deve voltar a ocorrer este ano.

 

A simbologia que envolve as cerejeiras é ampla: a florada de uma semana representa a fugacidade da vida. Além disso, ao desabrochar tão belamente no início da primavera, a flor anuncia o início de um novo ciclo. Em um país com as quatro estações definidas e uma cultura agrícola enraizada, a passagem do tempo tende a respeitar a lógica da natureza.

 

A seguir, uma sessão de fotos com os melhores pontos de Tóquio para contemplar as cerejeiras em flor.

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PARQUE DE SUMIDA

Um dos pontos mais antigos de observação das cerejeiras em Tóquio, o parque às margens do Rio Sumida é um testemunho da história da urbanização da capital. Idealizado pelo xogum Tokugawa Yoshimune, a área com mais de 500 cerejeiras foi criada como uma espécie de barreira para evitar as cheias do rio.

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NAKA-MEGURO

Canalizado, o Rio Meguro poderia ser apenas um adendo na paisagem de um dos bairros mais hype de Tóquio. Mas as cerejeiras plantadas nas duas margens formam uma das mais icônicas paisagens de primavera na metrópole. Por ser altamente urbanizada, a área não é adequada para um piquenique – o que faz com que o hanami por aqui seja empunhar tacinhas de espumante rosé enquanto se caminha sob as árvores.

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SHINJUKU GYOEN

Em uma área de cerca de 60 hectares, trata-se de um dos mais belos parques de Tóquio. Os mais de mil pés de cerejeira de diferentes espécies florescem em épocas distintas, o que faz com que o parque atraia um grande número de visitantes ao longo das semanas de floração. Afora as cerejeiras, o local abriga dois jardins ocidentais, um jardim japonês e uma estufa com flores tropicais. Na primavera, a entrada custa ¥500 (7 às 18h).

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PARQUE ASUKAYAMA

Localizado em uma colina em Oji, norte da cidade, o parque ajuda a contar a história do hanami entre os toquiotas. Também fundado pelo xogum Tokugawa Yoshimune, tem cerca de 600 cerejeiras e atrai majoritariamente locais, pois está em uma área pouco visitada por turistas. Pessoas com mobilidade reduzida podem usar, gratuitamente, um pequeno monotrilho que leva até o alto da colina.

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SENGAWA

Um dos mais belos lugares para apreciação das cerejeiras em Tóquio é, talvez, um dos menos conhecidos. O estreito canal fica em Seijo, região famosa por abrigar os Estúdios Toho, uma das mais importantes companhias cinematográficas do Japão. Logo na entrada fica uma estátua de um dos maiores ídolos, Godzilla, escoltado por duas enormes cerejeiras. A poucos metros dali, as árvores às margens do canal são apreciadas principalmente por moradores das redondezas – por isso, a área está quase sempre vazia.

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